quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Retrato de uma Mãe (e avó) Doida aos 55 anos.

Eu adoro jogar futebol com meu neto, montar com ele labirintos incríveis de dominó (mesmo que nem sempre dêem certo), jogar Imagem em Ação, Piti e Pontinho com um montão de filhos e amigos na mesa (quanto mais melhor!); adoro pescar em beira de rio, subir em árvores e telhados (só para olhar lá de cima), andar a cavalo no mato, jogar frescobol na praia, nadar e mergulhar, plantar e colher coisas e fazer pão. Ah, também gosto muito de escrever (mas não por obrigação e sem pressa), de viajar para qualquer lugar e usar calça jeans.

Eu detesto cabeleireiro, academia, dentista, trabalho chato, qualquer trabalho doméstico, fazer compras de supermercado, trânsito, trancar portas, grades em janelas, muros altos, asfalto, ter de me arrumar para sair, maquiagem, sapato de salto alto, conversa de bêbado, ruas sem árvores, mau-humor, embalagens jogadas na rua, perfumes em excesso, tirar sobrancelhas, reality shows, filmes de terror, dormir demais, dormir de menos, armário bagunçado, falta de amor à humanidade e a Receita Federal.

Mãe Doida?

Meus filhos sabem o motivo do título desse blog. Mas como nem todo mundo é meu filho... E, afinal, aos 55 anos, sou - pelo menos aparentemente - uma pessoa "centrada e séria", mãe de cinco filhos, casada com o mesmo - e único - marido há mais de 30 anos (pasmem!!!), pode mesmo ser difícil entender o "Mãe Doida".

Mãe Doida é o que eles exclamam (e com razoável freqüência) quando faço coisas ou dou opiniões que eles consideram absolutamente "sem noção", assim como perguntar porque querem se casar - com papel, no cartório - se hoje em dia isso é absolutamente desnecessário, tanto socialmente como legalmente. Eu admito que me casei no cartório. Mas isso foi há 30 anos!

Mas não posso negar que nunca fui uma mãe "normal", talvez pela sorte de ter tido pais "anormais", que me davam total liberdade: bastava eu dizer onde ia (ou estava) e podia ir onde desejasse e voltar quando quisesse - isso nos anos 60!

Por outro lado, essa confiança resultava em uma grande responsabilidade! Sem ninguém para me vigiar, aprendi bem cedo que estava por minha conta e risco - e precisava ser mais "adulta" e bem mais esperta que a maioria (qualquer dia eu conto sobre o seqüestrador que convenci a me devolver ilesa e sem cobrar resgate, quando eu tinha 16 anos).

Mas chega de passado! Uma das vezes que fui chamada de Mãe Doida - merecidamente - foi quando comprei escondido uma passagem para Atenas (via Roma) para minha filha de 17 anos, que nunca tinha passado mais de uma semana fora de casa (e sempre bem perto!), não falava italiano nem grego, só inglês.

Talvez por ser a caçula, ela estava ficando muito "dependente" da família. Isso seria cada vez mais problema, quanto mais tempo passasse. E decidi pelo "tratamento de choque". A primeira reação dela foi de euforia, porque adora esportes e morria de vontade de assistir à Olimpíada. Mas a seguir... veio o pânico!

Ela me chamou de "Doida" muitas vezes e ameaçou não viajar. Mas foi. Deve ter tido muitas "dores de barriga", antes e durante a viagem. Eu mesma tive momentos de arrependimento. Mas agora, que ela está com 21 anos, já fez muitas viagens sozinha, fala dois idiomas e tem amigos em vários países... pergunte o que ela acha da "Mãe Doida"?

Que continua sendo "Doida"!
É isso aí!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Faltou luz?

Como eu sei que faltou luz? Simplesmente porque meu computador estava dando restart quando entrei pela porta de casa e olhei para dentro do escritório. Ah, mas pode ter sido outro o motivo: em lugar de falta de luz, talvez tenha sido "excesso de Cida".

Cida é a minha "funcionária do lar" (será que dessa vez eu acertei?). Ela não perde uma oportunidade! Às vezes penso que fica espionando atrás da porta para ver quando eu me levanto da frente do computador. Se pego a bolsa e a chave do carro, tenho certeza que ela exulta! E quando a porta da sala bate atrás de mim, eu imagino que ela já está armada de vassoura, rodo, pano, desinfetante, lustra-móveis e tantos outros instrumentos de tortura para atacar minha inocente CPU, meu teclado "nojento" e meu scanner que mais parece um canto abandonado da Biblioteca Nacional, tantos papéis e livros tem em cima.

E, invariavelmente, quando volto, tudo parece calmo, normal, até eu ligar o monitor e ver quantos textos em língua marciana eu não escrevi, quantas respostas o windows está pedindo ("deseja mesmo...???") ou quantos e-mails foram disparados sem nenhum conteúdo.

Hoje era restart... amanhã, só Deus sabe!

Mas reclamar como? O teclado está mais branco que nunca, na cozinha tem um bolo de fubá bem cheiroso e, pasmem, nenhuma louça suja na pia, todas as camas arrumadas e, tenho certeza, meu gato tomou o remédio na hora certa.

Cida, você é a maior!! Meu computador é todo seu... Divirta-se!

sábado, 27 de outubro de 2007

Porque eu tenho que guardar cuecas?

Essa é uma pergunta que me assalta todas as sextas-feiras à tarde. Invariavelmente, lá estou eu encarando a pilha de roupas lavadas e passadas pela minha secretária doméstica (Será esse o termo politicamente correto?) e pensando porque tenho de guardar cuecas.

Eu não uso cuecas, nunca usei cuecas, nunca nem sequer comprei uma cueca para mim em toda a vida. Então porque tenho de guardá-las? E pior que isso, porque eu faço isso e não reclamo?

Será que meu marido pensa que as cuecas e meias, camisas e calças pulam sozinhos para dentro das gavetas? E que os sapatos e chinelos sabem direitinho o caminho da sapateira?

Às vezes me dá uma vontadezinha maligna de, por duas ou três semanas, não guardar mais nada. Fico então imaginando como o quarto, o banheiro e a casa toda ficariam... e como meu marido descobriria a verdade sobre a vida inanimada de cuecas, camisas, calças jeans, cintos e tudo o mais!

Mas como eu também moro na minha casa... o melhor é continuar guardando cuecas... para todo o sempre.

Meus gatos não comem mais queijo!

Pasmem... de uns anos prá cá meus gatos pararam de comer cascas de queijo. E olhe que eram exigentes: não gostavam de qualquer mussarelazinha. Nada disso. No mínimo, casca de provolone Tania - aquele mais caro. Mas a preferência era mesmo por emennthal e gruyere.

Meu marido tem uma teoria. Ele acredita que desde que começamos a alimentá-los com ração eles perderam o paladar.
Tenho de concordar. O que mais faria felinos saudáveis se recusarem a comer queijo e até sardinha. Pois é! Sardinha também não comem mais. Só ração.

Mas se a culpa disso é da ração ... Nestlé, Purina, Parmalat, ou sei lá quantas fabricantes precisam ser processadas por danos ao consumidor felino.

Mas não vou pedir indenização em dinheiro. Vou exigir que mandem meus gatos para um spa na Suíça para um programa de reeducação alimentar - com muito ementhal e gruyere. E, como não poderia deixar de ser, meu marido e eu teremos de estar junto, para verificar se os gatos estão sendo bem cuidados.

E não pensem as multinacionais dos alimentos que uma estada de alguns meses vai resolver o problema. Como há mais de dez anos passei a dar ração para os gatos, o período de desintoxicação precisar ser, no mínimo, igual.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Esse eu assino embaixo!

Recebi esse texto por e-mail da minha Mana, como eu, casada há mais de 30 anos com o mesmo marido!

É o tipo de coisa que eu gostaria de ter escrito.
Mas alguém escreveu primeiro... E eu o saúdo por isso.

Gostei tanto, achei tão realista, bem-humorado e, ao mesmo tempo, tão importante que gostaria que todos as pessoas desse planeta o lessem. E depois refletissem sobre ele e se lembrassem do que leram muitas e muitas vezes durante a vida.



CASAR-SE DE NOVO


Meus Amigos separados não cansam de perguntar como consegui ficar casado 30 anos com a mesma mulher.

As mulheres sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo.

Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo. Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário.

Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue:

Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que casei três vezes com a mesma mulher. Minha esposa, se não me engano está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes que eu.

O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher.

O segredo no fundo é renovar o casamento e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal. De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, seduzir e ser seduzido.

Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial? Há quanto tempo não fazem uma lua-de-mel, sem os filhos eternamente brigando para ter a sua irrestrita atenção? Sem falar dos inúmeros quilos que se acrescentaram a você depois do casamento. Mulher e marido que se separam perdem 10 kg em um único mês, por que vocês não podem conseguir o mesmo?

Faça de conta que você está de caso novo. Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a freqüentar lugares novos e desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento, trocaria seu guarda-roupa, os discos, o corte de cabelo, a maquiagem. Mas tudo isso pode ser feito sem que você se separe de seu cônjuge.

Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou o mesmo marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas.

Muitas vezes não é a sua esposa que está ficando chata e mofada, é você, são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração. Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação.

Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo circuito de amigos. Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso. Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar.

Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento. Mas se você se separar sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas e você ainda terá a pensão dos filhos do casamento anterior.

Não existe essa tal 'estabilidade do casamento' nem ela deveria ser almejada. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos. A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma 'relação estável', mas saber mudar junto.

Todo cônjuge precisa evoluir estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensado em fazer no inicio do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, porque não fazer na própria família? É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo.

Portanto descubra a nova mulher ou o novo homem que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo interessante par.

Tenho certeza que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças.

Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso de vez em quando é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par."

É ou não é para assinar embaixo?